Avançar para o conteúdo principal

Motivação e Relação em Psicoterapia

 


 Motivação e Relação em Psicoterapia

 

Após estes mais de 20 anos de experiência no trabalho Psicoterapêutico, sinto cada vez mais a importância da motivação do paciente para a terapia mental.

Quando a própria pessoa procura a ajuda de um Especialista, ela apresenta uma vontade de  ser mais feliz. Quando é outro que a pressiona a marcar consulta, a relação terapêutica pode até desenvolver-se, mas não foi a própria pessoa que sentiu a necessidade e tomou a atitude de procurar ajuda, e isso faz toda a diferença no processo.

Se precisar de retirar um dente, mesmo que a motivação não seja abundante, a eliminação do mesmo poderá ser um sucesso. No entanto, toda a dinâmica da terapia da mente implica que a pessoa em causa pretenda genuinamente Mudar.

Pode-se ir a um Psicoterapeuta para se conhecer melhor a si próprio, para resolver um sintoma relacionado com a área psicológica, entre muitos outros objectivos, mas existe uma condição fundamental que é a da Motivação.

Quando alguém procura este tipo de Terapia, pretende lidar melhor consigo próprio e com os outros. Apresenta uma vontade mais ou menos consciente de mudar algo.

 

Outro factor essencial em Psicoterapia é o da Relação Psicoterapêutica. Não sei conceber a ideia de um Psicoterapeuta que não valorize a Relação. A relação está presente entre dois Seres Humanos que comuniquem entre si..

Este tipo de relação é terapêutica e por isso baseada em conhecimentos e em experiência técnica. Distingue-se de uma relação de amizade, por exemplo. Há alguém que ajuda, cuida e alguém pede ajuda, que deseja ser cuidado.

Como diz e me identifico Carl Jung,  "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."

Neste sentido, não me identifico com a neutralidade do Psicoterapeuta na relação com o seu Paciente. Sim, porque as Pessoas que me escolhem para as ajudar pedindo-me Apoio são os meus Pacientes que respeito e às quais me "entrego" em Relação Psicoterapêutica. 

Conceição Santos Costa

 

 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Psicoterapia sem velocidade

Psicoterapia sem velocidade   Passaram 27 anos de trabalho e sinto cada vez mais nas minhas consultas de Psicoterapia, uma necessidade quase ansiogénica de soluções imediatas para os sintomas psicológicos. Parece algo premente e faz lembrar os bébés quando choram pelo leite materno. Talvez haja aqui uma dificuldade de frustração que aumenta de modo geracional, precisando de respostas para ontem. Ora, não será isso impossível? Em Psicoterapia, a principal função é pensarmos em conjunto sobre a vida do paciente. Trata-se da vida externa, mas também da vida interna de cada pessoa que nos procura. E a intenção, o objectivo, é que algo mude, que se passe a lidar com esse mundo externo e interno de uma forma mais feliz. Imagine alguém com, por exemplo, 20 anos. A personalidade foi-se formando lentamente, desde o nascimento. 20 anos de experiências vividas, 20 anos de reflexões, de relacionamentos, de sentimentos. Como pode existir uma mudança importante assim, de repent

Deixar de Fumar

Deixar de Fumar     Algum dia pensou deixar de fumar?   Vários são os malefícios do tabaco, uma vez que pode trazer doenças como o cancro, doenças cardíacas e outras. Não esqueça que ele é uma das causas mais importante de morte. Do fumo do tabaco fazem parte substâncias tóxicas como o monóxico de carbono e o alcatrão. O que o torna dependente é a nicotina, que está presente nos cigarros, cigarrilhas e charutos. Fumar é uma dependência, uma adicção, que lhe pode tirar a vida. Para deixar de fumar torna-se muito importante   perceber as razões para o deixar de fazer e as recompensas que irá adquirir. Em relação às razões para deixar de fumar, podemos pensar na melhoria da sua saúde e da sua qualidade de vida, assim como no receio de ter uma doença. Por outro lado, pode querer dar o exemplo, ter aprovação familiar e social, auto-disciplina ou respeitar os direitos dos não fumadores. Podemos igualmente falar da questão monetária, poque se poderá poupar bastante din

"Neutralidade e omnipotência dos Psis"

"Neutralidade e omnipotência dos Psis"   Dizia W.Bion que um Psi não devia ter desejo em relação aos seus pacientes. Como outros colegas, não acredito na neutralidade do Técnico de saúde mental. A minha motivação para os ajudar ultrapassa tantas vezes a capacidade de mudança dos próprios. Os motivos poderão ser inúmeros. Nestes momentos, a única solução é desistir de algum desejo mais omnipotente. Aqueles que optam por manter-me como sua Psicoterapeuta sabem que tenho um interesse genuíno pela sua PESSOA. E no meu sentir, esta é a característica mais importante de alguém que dedica a sua vida à saúde mental do Outro - Uma missão. Conceição Santos Costa