Avançar para o conteúdo principal

Psicologia - Uma Paixão






Quando pensei o que gostaria de Ser, nunca hesitei que seria algo relacionado com o trabalho directo com Pessoas e tentando apoiar.
Motivada pelo gosto pela Saúde e desejando um contacto profissional próximo com os pacientes, ingressei no Curso de Enfermagem, percebendo na prática clínica, "no saber de experiência feito", que a minha Vocação era a da Psicologia. O que me interessava, já nessa altura, era a Relação e a Compreensão/Análise da Saúde Mental Humana.
Por estes motivos, afirmo que para se ser Profissional de determinadas profissões, se deve ter vocação e aptidão, e em primeiro lugar Gostar de Pessoas, efectivamente.
Penso que deveriam ser sempre efectuados Testes Psicotécnicos de avaliação para candidatos a Cursos que lidam com Pessoas, como o de Psicologia, Medicina, etc. Isto, porque tanto ou mais importante do que os conhecimentos científicos e técnicos, é a Relação Humana, como nos diz Carl Jung - "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao lidar com uma alma humana, seja apenas outra alma humana".
Neste sentido, uma pessoa que queira ser Psicólogo, deverá no meu entender, preocupar-se genuinamente com a Pessoa, o paciente que está a cuidar e que veio pedir ajuda, para eliminar um Sintoma (como crises de ataques de pânico) ou para fazer uma Psicoterapia.
Penso que motivações como ter um Curso superior, não conseguir entrar em Medicina ou ter estatuto social, só levarão a Psicólogos pouco competentes e que causam no paciente a sensação de desinteresse.
Tantas vezes já ouvi queixas de pessoas, que se sentiam quase abandonadas pelo facto do único olhar do profissional ser dirigido ao computador ou as únicas palavras serem repletas de frieza emocional.
Outro aspecto que considero importante num Psicólogo, prende-se com a necessidade de ser paciente com os resultados. Esta é uma Profissão em que a mudança tem que ser desejada pelo paciente, a qual só é possível após uma relação psicoterapêutica de confiança. Uma vez que a personalidade demora alguns anos a formar-se, mesmo após o desenvolvimento desta relação psicoterapêutica, a evolução é sempre demorada.
Nesta época do Imediatismo, em que os antidepressivos proliferam (sendo estes, tantas vezes necessários), em Psicologia não há comprimidos milagrosos. Em Psicologia há uma vontade de mudar da parte de quem nos procura e uma vontade de ajudar da nossa parte, e pensarmos os dois em conjunto sobre os problemas do paciente, para que este venha a lidar com els de um modo mais feliz. 
Uma curiosidade sobre o Imediatismo, é que até nos posts que coloco no Facebook, noto que o numero de Gostos é muito maior quando as pessoas não têm que ler muito, não têm que pensar.
Por tudo isto, não desisto de ser Psicóloga neste século e neste País que adoro, onde tento viver, procurando desenvolver este Dom, esta Paixão, que é grande parte da minha Vida.

Conceição Santos Costa

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Bullying Psicológico

Um dia aprendi na Faculdade o que era a palavra "Assertividade" - Capacidade para nos impormos sem sermos agressivos. Falando agora em Bullying, não serão aqueles que tentam impor-se, mantendo a sua personalidade junto do grupo de pares, que mais sofrerão de bullying? O Ser Humano, sendo intrinsecamente relacional, tenta durante toda a sua vida em sociedade um equilíbrio instável entre a sua individualidade e o espírito de grupo ao qual pertence. O agressor, manifesta geralmente traços de Psicopatia, utilizando defesas narcísicas poderosas, que mascaram muitas vezes uma enorme insegurança. A vítima, frequentemente seleccionada por ser mais introvertida ou diferente, tenta espontaneamente ser ela própria, mesmo que fugindo aos padrões vigentes. Sabemos que a Adolescência se caracteriza pela inclusão nos grupos de pares, como forma de separação da família de origem, em preparação para a fase adulta, para a independência. Mas não perdurará este equilíbrio entre o indivi

"Neutralidade e omnipotência dos Psis"

"Neutralidade e omnipotência dos Psis"   Dizia W.Bion que um Psi não devia ter desejo em relação aos seus pacientes. Como outros colegas, não acredito na neutralidade do Técnico de saúde mental. A minha motivação para os ajudar ultrapassa tantas vezes a capacidade de mudança dos próprios. Os motivos poderão ser inúmeros. Nestes momentos, a única solução é desistir de algum desejo mais omnipotente. Aqueles que optam por manter-me como sua Psicoterapeuta sabem que tenho um interesse genuíno pela sua PESSOA. E no meu sentir, esta é a característica mais importante de alguém que dedica a sua vida à saúde mental do Outro - Uma missão. Conceição Santos Costa  

"Um Colo. Orgulho em ser Psicoterapeuta!"

"Um Colo. Orgulho em ser Psicoterapeuta!" (Escrito em 2017)   A minha experiência de mais de 20 anos como Psicoterapeuta, leva-me a sentir que o Ser Humano procura essencialmente um "colo" (no sentido global da palavra). Alguém que se interesse genuinamente por ele, que esteja motivado para ser empático, que o apoie a lidar de uma forma mais feliz com o seu contexto de vida e com os outros. Sempre, é claro, não descurando os conhecimentos científicos, as técnicas, a experiência relacional profissional e a atualização teórica." 26/10/2021 Não me identifico com a neutralidade de um Técnico de Saúde Mental. Existem sempre sentimentos (contra-transferência) e sendo o Ser Humano, um Ser relacional, os afectos estão igualmente sempre presentes. Um Psicoterapeuta deverá, na minha opinião, ter capacidade de entrega e vocação. C.S.C.