A maturidade leva-nos a observar e pensar de outros modos e a propósito da Eurovisão da Canção no passado sábado, apercebi-me melhor do que considero ser uma tendência, pelo menos dos portugueses.
Senti, mais uma vez, uma vontade "quase mórbida" em dizer-se mal daquilo que ainda era possível dizer-se mal (uma vez que a organização desta Eurovisão até correu tão bem), muito frequentemente expressado nas redes sociais (espaço privilegiado para quem tem dificuldades com a assertividade e o conflito, por ser virtual).
Parece-me que esta motivação para tudo se criticar e não de forma positiva, pode encontrar origem numa necessidade de atenção ou mais especificamente de CÓLO.
A minha experiência de mais de 20 anos como Psicoterapeuta, leva-me a sentir que o Ser Humano procura essencialmente um "cólo" (no sentido global da palavra). Alguém que se interesse genuinamente por ele, que esteja motivado para ser empático, que o apoie a lidar de uma forma mais feliz com o seu contexto de vida e com os outros.
Sempre, é claro, não descurando os conhecimentos científicos, as técnicas, a experiência relacional profissional e a actualização teórica.
Tentando fazer uma ponte com a Psicologia, que também responde ou deve responder a um PEDIDO de Apoio, considero que em vez de se criticar tudo e todos, muitas vezes de uma forma tão infrutífera, se deve procurar saber o porquê desta necessidade e procurar um Psicólogo.
Foi aí que me recordei...
Uma quarta feira passada, encontrava-me perto do IPO numa pastelaria.
Após um dia a lidar com os problemas mentais dos meus pacientes, satisfazia o estômago que já pedia.
Foi aí que me deparei com um menino frágil em sofrimento.
Senti a ingenuidade sofrida e tocou-me. Tanto...
Costumo afirmar que os problemas são relativos a cada pessoa e que a frase "Há coisas piores", não me faz sentido. Mas...
Tive necessidade de vos deixar esta mensagem. Valorizemos os bons momentos da vida, tentando relativizar alguns pormenores e procurando ser felizes ao concretizar os nossos objectivos.
Deixo um beijo nessa criança que vi, sem o conhecer. E a todas as outras...
Conceição Santos Costa
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